Maternidade e Empreendedorismo

Maternidade e Empreendedorismo

maternidade e empreendedorismo
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Na semana do dia das mães, decidimos falar sobre um tema presente na vida de muitas delas. É comum conhecermos histórias de mulheres que decidem empreender e ter o próprio negócio em paralelo a maternidade, enfrentando todos os desafios e processos de cada atividade.  

Maternidade e empreendedorismo são dois temas mais próximos do que você pode imaginar e vêm se mostrando cada vez mais presentes em nossa sociedade. As mães empreendedoras são personagens reais do nosso dia a dia, que buscam equilíbrio e se dedicam ao sucesso , visando muitas vezes mudar o rumo de suas vidas e, consequentemente, o futuro dos filhos. Porém, a realidade pode não ser tão simples quanto parece. Assim como a maternidade, empreender requer dedicação, tempo e flexibilidade. Para conciliar as duas entregas, é necessário muita energia e cuidado. Ao contrário do que muitos idealizam, a maternidade proporciona habilidades de extrema relevância no mercado de trabalho, como gestão de tempo e responsabilidade. 

Essa visão é sustentada graças à difícil realidade que as mulheres enfrentam diante do mercado de trabalho que, com suas dinâmicas, dificulta e inviabiliza muitos processos relacionados à maternidade, ainda mais quando a carga de responsabilidade é atribuida somente às mães em sua maioria. Segundo pesquisa da FGV, metade das mulheres perdem seus empregos até dois anos após a licença-maternidade. Embora as discussões sobre diversidade de gênero tenham crescido nas empresas e na maioria dos ambientes profissionais nos últimos anos, a pandemia e o impacto que ela teve na economia mundial agravou ainda mais a realidade das mães empreendedoras. 

Um estudo realizado pela Rede Mulher Empreende mostrou que quando nasce uma mãe, em 68% dos casos, também nasce uma empreendedora. Os dados apontam que a cada dez mulheres que empreendem, sete são mães.”

O relatório do Distrito, um dos mais completos estudos sobre a participação das mulheres no Mercado de trabalho, mostra que, dos US$3,5 bilhões de investimentos feitos em startups brasileiras em 2020, apenas 0,04% do total foram para startups de mulheres. Muitas famílias, e principalmente mães   sofreram com o fechamento das escolas durante a pandemia devido a dificuldade de equilibrar a rotina da maternidade e trabalho no mesmo espaço. A situação é ainda pior para mães mais pobres, já que quase 70% das crianças de até 3 anos não têm acesso à creche, segundo a Abrinq.

Podemos perceber que o mercado de trabalho se mostra resistente e inflexível com relação a maternidade, tornando a decisão de empreender ainda mais desafiadora. As inúmeras barreiras tornam ainda mais difícil o sonho de ter o próprio negócio.

Ainda assim, desistir não é uma opção.

O que leva a mãe ao empreendedorismo?

Ao encarar a maternidade, o empreendedorismo pode se tornar a opção ideal e surgir como uma saída para a geração de renda da mulher e a flexibilidade de horários. Entretanto, para muitas mães, o empreendedorismo surge como necessidade, e não escolha. Empreendem porque, quando se tornam mães, muitas são demitidas. Empreendem para, assim, poder passar mais tempo com os filhos. Empreendem para poder criar uma realidade mais coerente com as nossas necessidades.

É assim para a maioria das mães empreendedoras que, na maioria das vezes, é sustentada por dois motivos:

  • As empresas não estão preparadas para acolher uma mãe – como mencionado acima na pesquisa da Fundação Getúlio Vargas.
  • A licença-maternidade não é adequada à rotina de cuidados que uma criança pequena exige.

Além disso, há também uma grande carga emocional gerada por diversos fatores que acaba levando uma mãe a se tornar empreendedora e, assim, desenvolver uma rotina mais tranquila e eficiente. 

3 dicas para mães que pensam em empreender

Conciliar as funções e demandas de uma mãe empreendedora exige muita organização e planejamento, por isto separamos 3 dicas importantes de mães que estão atuando no  mercado de trabalho que podem fazer a diferença:

  1. Busque atuar em uma área que você domine e conheça os processos;
  2. Prepare-se financeiramente para o início. Cuidado para não fazer grandes investimentos de saída e consumir reservas importantes;
  3. Tenha clareza das principais atividades que o seu negócio exigirá de você. Faça uma lista das principais atividades e priorize as fundamentais para o negócio funcionar e gerar receita.

Se tornar empreendedora não significa que todos os problemas estarão resolvidos em relação aos cuidados com os filhos. A flexibilidade é, com certeza, um dos principais pontos de vantagem, mas ainda é preciso contar com uma rede de apoio.

Ainda vivemos em uma sociedade na qual o empreendedorismo feminino ou materno é sempre relacionado a um hobby, isso mostra a importância de mudarmos os nossos conceitos e a forma como enxergamos o mercado de trabalho, já que são ideias e empreendimentos que são capazes de nos trazer novas possibilidades, oportunidades e mudam a vida de todos.